Recentemente, cientistas identificaram as explosões de energia mais poderosas conhecidas no universo. Denominadas transientes nucleares extremos (ENTs), essas explosões cósmicas são inéditas em sua intensidade. Elas ocorrem quando estrelas massivas, muito maiores que o nosso Sol, se aproximam demais de um buraco negro supermassivo e são despedaçadas.
O impacto resultante dessas colisões libera enormes quantidades de energia que se propagam por todo o cosmos. Tais eventos foram observados como eventos de ruptura por maré há mais de uma década, mas os ENTs se destacam por sua luminosidade excepcional, que pode ser até dez vezes maior do que o observado nesses eventos.
O que torna os ENTs tão notáveis?
Os transientes nucleares extremos não são apenas mais brilhantes do que os eventos de ruptura por maré normais, mas também permanecem luminosos por anos, superando em muito a produção de energia das supernovas mais brilhantes conhecidas. Um ENT pode liberar 25 vezes mais energia do que a supernova mais poderosa registrada.
Enquanto uma supernova pode emitir tanta energia em um ano quanto o Sol em toda a sua vida de 10 bilhões de anos, os ENTs podem emitir 100 vezes essa quantidade em apenas um ano. Essa descoberta foi feita ao analisar flares emitidos do centro de galáxias, utilizando dados do telescópio Gaia da Agência Espacial Europeia.

Como os ENTs podem ajudar a entender o universo?
Os ENTs são valiosos para o estudo de buracos negros massivos em galáxias distantes. Devido à sua intensa luminosidade, eles podem ser observados através de vastas distâncias cósmicas, permitindo que os astrônomos olhem para o ado do universo. Ao estudar esses flares prolongados, os cientistas podem obter insights sobre o crescimento dos buracos negros quando o universo tinha metade de sua idade atual.
Durante esse período, as galáxias estavam em plena atividade, formando estrelas e alimentando seus buracos negros supermassivos de forma muito mais vigorosa do que hoje. Assim, os ENTs oferecem uma nova ferramenta para entender esses processos cósmicos antigos.
Por que os ENTs são tão raros?
Os transientes nucleares extremos são eventos extremamente raros, ocorrendo pelo menos 10 milhões de vezes menos frequentemente do que supernovas. Isso torna sua detecção um desafio significativo para os astrônomos. No entanto, com o avanço de novas tecnologias, como o Observatório Vera C. Rubin e o Telescópio Espacial Roman da NASA, espera-se que mais desses eventos possam ser descobertos no futuro.
Essas descobertas foram relatadas na revista Science Advances, destacando a importância dos ENTs para a astrofísica moderna e o potencial que eles têm para revolucionar nosso entendimento dos buracos negros e do universo em geral.