O tabagismo permanece como um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares no Brasil, afetando pessoas de diferentes idades e perfis. Dados recentes mostram que, somente em 2023, o país contabilizou mais de 105 mil mortes por acidente vascular cerebral, um número que reforça a gravidade do problema. Além do AVC, o infarto agudo do miocárdio segue como uma das principais causas de óbito, tendo o cigarro como elemento central nesse cenário.
Apesar dos avanços em políticas de saúde e campanhas de conscientização, o consumo de tabaco ainda representa um desafio para a sociedade. O hábito de fumar não prejudica apenas quem consome o cigarro, mas também aqueles que convivem com fumantes, já que a exposição à fumaça pode desencadear complicações cardíacas e cerebrais em não fumantes.
De que forma o tabagismo afeta o coração e o cérebro?
O contato com as substâncias presentes no cigarro, especialmente a nicotina, desencadeia uma série de reações no organismo. A nicotina estimula a liberação de hormônios que elevam a pressão arterial e aceleram os batimentos cardíacos. Com o tempo, ocorre o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, dificultando a agem do sangue e aumentando o risco de obstruções.
Essas alterações favorecem o surgimento de eventos graves, como infarto e AVC. O fumo ivo, por sua vez, também está associado ao aumento desses riscos, já que a inalação da fumaça libera toxinas capazes de comprometer o funcionamento do sistema circulatório e do cérebro.

Cigarro eletrônico: alternativa segura ou novo risco cardiovascular?
O uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tornou-se mais comum nos últimos anos, principalmente entre os jovens. Apesar de serem vistos por alguns como uma opção menos prejudicial, estudos apontam que esses dispositivos também oferecem riscos à saúde do coração. O líquido utilizado nos vapes pode conter altas concentrações de nicotina e outras substâncias químicas que afetam negativamente o sistema cardiovascular.
Entre os efeitos observados estão o aumento da pressão arterial, alterações no ritmo cardíaco e maior propensão à dependência. Casos de infarto e doenças pulmonares já foram relatados em usuários de cigarros eletrônicos, indicando que o risco de complicações não se restringe ao cigarro tradicional. Além disso, a Organização Mundial da Saúde já alertou para o crescimento do uso de vapes e seu impacto sobre a saúde pública em vários países, incluindo o Brasil.
Quais atitudes podem reduzir os danos do tabagismo ao sistema cardiovascular?
Interromper o consumo de tabaco é a principal medida para diminuir o risco de doenças cardíacas e cerebrais. Os benefícios da cessação do tabagismo são percebidos rapidamente, com melhora da circulação e redução da pressão arterial em poucas horas. Para alcançar esse objetivo, o apoio de profissionais de saúde pode ser fundamental.
- Procurar acompanhamento médico: O e especializado auxilia na escolha de métodos eficazes para parar de fumar.
- Adotar hábitos saudáveis: Praticar exercícios físicos e manter uma alimentação equilibrada fortalecem o sistema cardiovascular.
- Evitar ambientes com fumaça: Reduzir a exposição ao fumo ivo é essencial para proteger o coração e o cérebro.
- Participar de grupos de apoio: O e emocional e social aumenta as chances de sucesso na cessação.
Além das ações individuais, políticas públicas e campanhas educativas são fundamentais para reduzir o consumo de tabaco e prevenir doenças cardiovasculares. A informação correta e o incentivo à adoção de hábitos saudáveis podem transformar o panorama da saúde no país. Iniciativas como o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, e os esforços do Ministério da Saúde têm contribuído para disseminar informações preventivas e orientar a população.
O impacto do tabagismo vai além da saúde individual?
O tabagismo não compromete apenas a saúde de quem fuma, mas também gera consequências econômicas e sociais para o Brasil. Os custos com internações, tratamentos e reabilitação de pacientes com doenças cardiovasculares relacionadas ao fumo representam um desafio para o sistema público de saúde. Além disso, a perda de produtividade e o impacto na qualidade de vida das famílias reforçam a importância de estratégias preventivas.
Reduzir o consumo de tabaco e promover escolhas conscientes são os essenciais para enfrentar as doenças cardiovasculares e seus desdobramentos. O engajamento coletivo, aliado ao o à informação e ao e profissional, pode contribuir para um futuro mais saudável e com menos mortes evitáveis.