
Antes mesmo do apagar das luzes do teatro, o público de Chatô e os Diários Associados - 100 anos de paixão pode mergulhar na vida e obra do empresário que mudou os rumos da comunicação no país. A exposição Assis Chateaubriand: "Quem não ousa, não vence" acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e mostra as inúmeras contribuições do comunicador.
Para Cilene Vieira, gestora do Centro de Documentação do Correio Braziliense (CEDOC) e organizadora da exposição, o maior desafio foi representar a multiplicidade de Chatô. "Não há quem não consiga elogiar o empreendedorismo dele em trazer a televisão para a América Latina, a inauguração da Rádio Tupi, tudo para ele tinha que ser grandioso", destaca.
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Foram semanas mergulhados na vida e obra do empresário para selecionar os melhores momentos, que vão desde a infância até o adeus de Chatô. "Ele morreu ainda trabalhando, escrevendo artigos todos os dias com um só dedo", relata.
O maior legado para a capital federal, destaca a gestora, é o Correio Braziliense, fundado na mesma data da inauguração de Brasília. "Aos 65, Brasília está construindo uma identidade e o Correio é parte dessa cultura".
Em um conjunto de 20 painéis, a mostra acompanha vários aspectos da vida de Assis Chateaubriand, com uma linha do tempo e ênfase, sobretudo, nas diversas campanhas realizadas em nome do desenvolvimento brasileiro. Entre as campanhas empreendidas por Chateaubriand, algumas ganharam muito destaque, como a que levou à fundação do Masp, na qual ele fez a elite contribuir com boa parte do acervo da instituição. Mas há outras, menos conhecidas, como a da puericultura, que ajudou a reduzir a mortalidade infantil, e a dos aeroclubes distribuídos pelo interior do país com escolas de formação de pilotos.
Outra parte da exposição traz a história do Correio e faz uma ligação das campanhas de Chateaubriand com aquelas empreendidas pelo jornal ao longo do tempo.
Sobre o espetáculo
Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão celebra o centenário do grupo fundado por Assis Chateaubriand, figura histórica que revolucionou a comunicação no Brasil. Com direção de Tadeu Aguiar e texto de Fernando Morais e Eduardo Bakr, o musical transita entre ado e presente ao contar a trajetória de Chatô, interpretado por Stepan Nercessian, e de um jornalista contemporâneo vivido por Cláudio Lins.
A montagem reúne mais de 14 atores, banda ao vivo, coreografias de Carlinhos de Jesus e direção musical de Guto Graça Mello. O espetáculo, que já ou pelo Rio e por BH, chega nesta quarta-feira (11/6) ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com sessões às 16h e 20h, e segue para temporada em São Paulo, no Teatro Liberdade, de 27/6 a 17/8.