Interrogatório no STF

Torres confirma reunião com comandante do Planalto para desmobilizar atos golpistas

Em audiência de testemunha, o general Gustavo Henrique Dutra informou que a reunião com o secretário de segurança do DF, Anderson Torres, no dia 6 de janeiro de 2023, tratava-se de "um cafezinho de cortesia"

"Vejo que houve uma falha muito grave no cumprimento do protocolo, ele é considerado um protocolo gravoso, pois fechar a Esplanada dificulta a vida do brasiliense", disse Torres - (crédito: Ton Molina/STF)

Após término do interrogatório do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, foi a vez do ex-ministro da Justiça na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, ser ouvido no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao ministro Alexandre de Moraes, Torres confirmou nesta terça-feira (10/6) que convocou uma reunião no dia 6 de janeiro de 2023 na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, quando ele ainda era secretário da pasta, para tratar da desmobilização total dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General (QG) do Exército, em Brasília.

Estiveram presentes na reunião a coronel Cíntia Queiroz dos Santos, que atuava na inteligência da secretaria e era responsável pela elaboração do Protocolo de Ações Integradas (PAI) para os dias 6 a 8 de janeiro, e o ex-comandante militar do Planalto, Gustavo Henrique Dutra, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e exonerado após os atos do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.

  • Bolsonaro e outros réus serão interrogados no STF ao longo da semana
    Bolsonaro e outros réus serão interrogados no STF ao longo da semana Ed Alves CB/DA Press
  • Os interrogatórios ocorrem na Primeira Turma do STF e são conduzidos pelo relator da ação, ministro Alexandre de Moraes
    Os interrogatórios ocorrem na Primeira Turma do STF e são conduzidos pelo relator da ação, ministro Alexandre de Moraes Ton Molina/STF
  • O ministro Luiz Fux, que integra o colegiado, também está presente da audiência
    O ministro Luiz Fux, que integra o colegiado, também está presente da audiência Ed Alves CB/DA Press
  • O procurador-geral da República, Paulo Gonet, participa em nome da acusação
    O procurador-geral da República, Paulo Gonet, participa em nome da acusação Ton Molina/STF
  • Os réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado
    Os réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado Ton Molina
  • Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o núcleo núcleo teve papel central na tentativa de golpe. O esquema envolveu outros 26 réus, que foram divididos em outros três grupos distintos
    Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o núcleo núcleo teve papel central na tentativa de golpe. O esquema envolveu outros 26 réus, que foram divididos em outros três grupos distintos Gustavo Moreno/STF
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi o primeiro a ser interrogado por ele ser o delator
    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi o primeiro a ser interrogado por ele ser o delator Rosinei Coutinho/STF
  • O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi interrogado na segunda-feira (9/6), depois de Mauro Cid
    O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi interrogado na segunda-feira (9/6), depois de Mauro Cid Fellipe Sampaio/STF
  • O almirante Almir Garnier foi interrogado nesta terça-feira (10/6). Ele negou ter dito que as tropas do órgão estariam à disposição para uma tentativa de golpe de Estado
    O almirante Almir Garnier foi interrogado nesta terça-feira (10/6). Ele negou ter dito que as tropas do órgão estariam à disposição para uma tentativa de golpe de Estado Ton Molina/STF
  • Em seguida foi a vez do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ser interrogado. Ele afirmou que que convocou uma reunião no dia 6 de janeiro de 2023 para tratar da desmobilização total dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General do Exército
    Em seguida foi a vez do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ser interrogado. Ele afirmou que que convocou uma reunião no dia 6 de janeiro de 2023 para tratar da desmobilização total dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General do Exército Ton Molina/STF
  • Anderson Torres também disse que ficou surpreso quando a Polícia Federal (PF) apreendeu a minuta golpista na casa dele.
    Anderson Torres também disse que ficou surpreso quando a Polícia Federal (PF) apreendeu a minuta golpista na casa dele. "A gente recebia minutas, ideias pelo whatsapp, papel, e isso foi parar no meu escaninho, e esse foi dentro de uma pasta, colocado lá para ser descartado", citou Gustavo Moreno/STF
  • Já o Augusto Heleno se reservou ao direito de permanecer em silêncio parcialmente. Com isso, ele respondeu apenas as perguntas feitas por sua defesa
    Já o Augusto Heleno se reservou ao direito de permanecer em silêncio parcialmente. Com isso, ele respondeu apenas as perguntas feitas por sua defesa Ed Alves CB/DA Press
  • Heleno é acusado de fazer parte de um grupo de inteligência paralelo à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a chamada 'Abin paralela'. Ele negou
    Heleno é acusado de fazer parte de um grupo de inteligência paralelo à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a chamada 'Abin paralela'. Ele negou Gustavo Moreno/STF
  • O ex-presidente jair Bolsonaro é o sexto a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes
    O ex-presidente jair Bolsonaro é o sexto a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes Gustavo Moreno/STF
  • "Eu que tenho que provar minha inocência ou eles têm que provar que sou culpado?", questionou Bolsonaro Gustavo Moreno/STF

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Ao Supremo, o general Dutra — na condição de testemunha — informou no último dia 30 que o encontro com Torres foi “um cafezinho de cortesia”. No entanto, o ex-secretário de Segurança destacou que havia um protocolo produzido e assinado por ele antes de sua viagem, na noite daquele mesmo dia (6/1).

No protocolo, havia a previsão do impedimento de entrada na Esplanada dos Ministérios, isolamento da Praça dos Três Poderes, entre outras ações para barrar o ingresso dos manifestantes golpistas. “Vejo que houve uma falha muito grave no cumprimento do protocolo, ele é considerado um protocolo gravoso, pois fechar a Esplanada dificulta a vida do brasiliense”, comentou Torres.

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postado em 10/06/2025 11:50 / atualizado em 10/06/2025 20:57
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