
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou, na noite desta sexta-feira (13/6), a detecção do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP – H5N1) em Goiás. Resultados de análises liberados mais cedo atestam a gripe como causa da morte de aves de subsistência — ou seja, aquelas criadas para consumo próprio — no município de Santo Antônio da Barra.
Cerca de cem galinhas morreram após apresentarem sintomas como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarreia e inchaço nas faces. A suspeita foi notificada na última segunda-feira (9/6) ao órgão responsável, que enviou equipes técnicas ao local a fim de interditá-lo e coletar amostras.
O laudo emitido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), confirmou, nesta sexta, a hipótese de gripe aviária. Outra suspeita notificada no mesmo dia em Montes Claros de Goiás testou negativo para a H5N1. A morte de um cisne no zoológico de Goiânia no último domingo (8/5) também não foi causada pela doença.
Com apoio da segurança pública, da Defesa Civil do estado e da prefeitura de Santo Antônio da Barra, a Agrodefesa colocou em operação grupo especial de emergência zoossanitária. A equipe segue no local onde ocorreram as mortes a fim de monitorar e conter a disseminação do vírus e proteger as saúdes animal e humana.
As ações emergenciais incluem, de acordo com nota da agência, vigilância no raio de dez quilômetros ao redor do foco; monitoramento intensivo do trânsito de aves, ovos e materiais avícolas nessa mesma distância; restrição de movimentações e reforço em barreiras sanitárias; e suspensão temporária de feiras e exposições com aves vivas nas regiões afetadas.
“Mobilizamos nossas equipes para atuarem na área afetada, com ações de controle sanitário, investigação epidemiológica e reforço das orientações à população”, esclarece, no comunicado, o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos. “É uma medida estratégica e necessária. Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos proteger nossos plantéis (grupos de animais selecionados para reprodução) e nossa economia com ações rápidas e coordenadas.”
Medidas preventivas, também adotadas a nível federal, já vinham sendo tomadas em Goiás desde o último 17 de maio, quando o governo do estado decretou emergência para diminuir o risco de IAAP. Segundo o órgão de defesa agropecuária, o objetivo era justamente garantir agilidade, no que diz respeito a ações e recursos, “em caso de eventual foco da doença em território goiano”.
Gripe aviária em aves de subsistência
Uma vez que não envolve aves comerciais e não compromete exportações de carnes e ovos, por exemplo, a presença de gripe aviária em animais criados para consumo próprio não afeta o status sanitário do Brasil na Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O risco maior de contaminação é atribuído por países importadores aos casos ocorridos em granjas cujos animais são destinados à venda.
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Embora se trate de caso isolado sem impacto no comércio, a Agrodefesa reitera que a confirmação da H5N1 em Goiás reforça a necessidade de intensificar medidas de contenção e vigilância. Apesar disso, não há risco à saúde humana quando não há contato direto com aves doentes, e carnes e ovos podem ser consumidos normalmente.
A agência orienta a população goiana a ficar atenta a sinais como tosse, espirros, muco nasal, hematomas, diarreia, inchaços e falta de coordenação motora em aves. Pede também para que sejam notificadas de forma imediata mortes súbitas ou sinais de doenças nesses animais.
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