
Preso em Israel desde a última segunda-feira, o ativista brasiliense Thiago Ávila está na solitária. De acordo com a advogada da Adalah (Centro Legal para os Direitos das Minorias Árabes em Israel), que acompanha o caso, o isolamento foi uma retaliação das forças israelenses à greve de fome e de sede que Thiago faz desde que foi detido.
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Antes de o ativista ser transferido para a solitária, a justiça israelense decidiu pela deportação. Nesse caso, o prazo de retorno é de 72 horas, que termina nesta quinta-feira (12/6). No entanto, após a decisão, ele foi encaminhado à solitária.
"Estou muito nervosa e não sei o que está acontecendo. Estava tranquila até o momento da detenção. Sabia que essa missão era necessária. Nos falávamos todos os dias, mas, desde então, só permitem que ele converse com a advogada. Ela chegou a me ligar e tentou me colocar em contato com o Thiago, mas as forças israelenses não permitiram", disse Lara Souza, mulher do ativista. "Eu o conheço e ele é puro coração. Deve estar pensando, neste momento, que isso não é nada, comparado ao que as pessoas estão vivendo em Gaza", acrescentou.
Ontem, Thiago escreveu uma carta para a filha, de 1 ano. "Querida Tereza, me desculpe por não estar por perto nos últimos dias, mas o papai estava tentando levar comida para outras crianças tão lindas como você. Infelizmente, elas estão ando fome por causa de pessoas que não entendem que todo ser humano tem o direito à liberdade. Seu pai é uma das milhões de pessoas que estão fazendo algo para acabar com a maior violação de direitos da nossa geração", disse um trecho da carta.
"Eu realmente espero chegar em casa em breve. Penso em você e na sua mãe todos os dias. E, por isso, não posso aceitar que o mundo em que vivemos tenha tanta exploração, opressão e destruição. Não sinta medo pelo seu pai. Estou bem e estou esperançoso", escreveu o brasiliense.
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O ativista está preso em Israel desde que o barco Madleen, onde estava, foi interceptado pelo exército israelense. A embarcação levava Thiago e mais 11 ativistas da Flotilla pela Liberdade até a Faixa de Gaza com ajuda humanitária, mas não chegou ao destino.